Eis-me prostrada sobre a terra,
ainda húmida do orvalho da noite.
Sinto-lhe o cheiro forte e doce,
este cheiro que me conduz
a um tempo que desconheço,
a lugares nunca visitados,
a experiências nunca vividas,
a memórias imemoráveis,
a um sino que toca na escuridão,
a pedras soltas,
ruínas,
heras cobrindo muros...
Não sei onde estou,
não sei o que sou,
não sei...
O que queres de mim, terra,
que me chamas com o teu odor, forte e doce...?
Por que me arrastas
para estas desconhecidas lonjuras? ...
Deixa-me voltar
para o meu universo
feito de silêncios e sons,
de luas e sóis,
e desta flor que
desabrocha todas as manhãs,
no meu olhar...
Belo poema e dir-lhe-ia: deixe-se ir com a Terra e seja com ela fecundada por todas as impulsões subtis e profundas que o Espírito lhe vá mostrando ou segredando, pois o seu olhar sorridente até desabrochará mais luminoso, em especial nas albas matutinas perfumadas pelo orvalho rosado celestial...
ResponderEliminarBem aventurados os que se conseguem prostrar-se sobre a terra e fazerem-se um com o humus dela, humidificando as suas almas e sentindo nelas gerar-se o divino...
Obrigada, Pedro, pelas suas palavras, tão belas, tão acalentadoras. O que escrevi é exactamente a expressão do que sinto. Esta atracção inexplicável. Sou uma partícula do Universo. Isso eu sei. Tenho com ele um compromisso. Esse é que ainda não sei. Mas continuo a minha busca, que me parece eterna.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar