© Todos os direitos reservados
Mostrar mensagens com a etiqueta A HORA DO LOBO. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta A HORA DO LOBO. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A CONSCIÊNCIA DO LOBO...

...
— Eu sei, Oskar Kapriolo – recomeçou o Lobo – Sei o que sentes. Ouves-me falar e entendes-me, mas não podes responder. – (O Lobo parecia adivinhar-me os pensamentos). – Eu sei o que isso é. Já experimentei essa impossibilidade. Eu e todos os outros animais, meus companheiros, que não foram dotados do dom da palavra. As palavras, Oskar Kapriolo, não te esqueças nunca, as palavras são mágicas, reflectem a superioridade de um homem, em relação a um lagarto. Porém, tal superioridade só será válida se fizer parceria com o saber benéfico, para que o homem possa resgatar o lagarto da lama que o sufoca, ou a mosca da prisão que uma janela fechada representa.

As palavras, Oskar Kapriolo, neste momento, permitem-me ser superior a ti e, ao mesmo tempo, sentir compaixão pelo teu desespero, pela impossibilidade de não poderes perguntar-me tudo o que te atormenta.

Contudo, quero que saibas que não usarei esta minha capacidade para te esmagar, como o homem esmagaria o lagarto preso na lama, ou a mosca diante de uma janela fechada. Porque eu sou o Lobo. Não o lobo. O lobo feroz. O lobo mau, das histórias que contam às crianças humanas. Não o lobo do aforismo de Plauto, homo homini lupus – o homem é o lobo do homem, em alusão à crueldade com que os homens se prejudicam mutuamente! Que ideia mais desacertada! Os animais que os homens consideram irracionais, na verdade não o são. Sabias? – (sim, eu sabia, e ele também sabia que eu sabia. Mas como dizer-lhe? Acenei com a cabeça.) – Apenas não lhes foi permitido a dádiva da palavra, por isso, nunca puderam defender os seus pontos de vista, os seus direitos, as suas angústias, como criaturas vivas, habitantes deste Planeta, que não pertence apenas aos homens, como tão bem sabes.

E no entanto, sempre ouvimos e sofremos, acomodados, as torturas, as calúnias, os absurdos, as crueldades, os impropérios a que os homens, na sua mais bisonha ignorância, nos sujeitam. Consideram-nos seres inferiores, animais que se deslocam sobre quatro patas. Eles não! Gabam-se de se deslocarem sobre duas pernas. Mas também as galinhas se deslocam sobre duas pernas e, nem por isso, são criaturas superiores! É verdade que não somos capazes de nos expressarmos com palavras, mas comunicamos através dos nossos olhos e de sons que dizem tudo: dizem da nossa alegria, mas também do nosso desespero. Dos nossos sentimentos. Dos nossos sofrimentos. Contudo, ninguém os entende como tal.

Porém, tu, Oskar Kapriolo, tu és um dentre aqueles Homens que intuem estas coisas, que sabem interpretar a nossa linguagem e que conhecem, igualmente, o sentido cósmico da vida. Sabes ler nos nossos olhos que, em rigor, sempre disseram tudo, porque nada há de mais eloquente do que os olhos de um animal, para dizer dos seus desejos, das suas alegrias, das suas frustrações, do seu sofrimento, da sua dor, sem precisar de palavras. E até as pedras, consideradas por tantos outros homens, coisas sem alma, tu veneras como seres que fazem parte do Universo, ainda que seres inanimados. Amas as pedras e as montanhas, como amas as flores e as árvores, como amas os pequenos lagartos verdes que se aquecem ao sol, à beira dos rios. Sabes respeitar todas as criaturas, porque intuis a génese da criação.

Afirmas que o homem é apenas uma entre milhares de outras criaturas. E dizes bem. Consideras que todos os seres vivos são seres animados, logo, com ânimo, que é o mesmo que alma. Tomás de Aquino dizia que a alma de um animal não participa num ser eterno, porque nos animais não encontramos qualquer aspiração à eternidade. O que sabia Tomás de Aquino do pensamento dos animais? Nada. Por isso, cometeu um grande erro ao dizer o que disse.

Tu falas da alma dos animais, da alma das plantas como da tua própria alma. Dizes que Deus criou o mundo para que o homem pudesse partilhá-lo, em pleno pé de igualdade, com as restantes criaturas. Eu sei. Por mais do que uma vez, tentaste transmitir aos homens essa tua descoberta: a sensibilidade que existe em todos os seres animados e o mistério inerente ao silêncio dos seres inanimados. Contudo, uns, simplesmente, ignoram-te, e outros temem aceitar as tuas certezas intuídas. Consideram-te um nefelibata, flutuando num mundo que inventaste só para ti. Por isso, és prezado por poucos, e tão odiado por tantos.

in «A HORA DO LOBO» © Josefina Maller

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

NESTE NATAL OFEREÇA LIVROS...


NESTE NATAL OFEREÇA LIVROS, MAS SOMENTE A QUEM GOSTAR DE LER.
DEIXO AQUI A SUGESTÃO DO LIVRO QUE ESCREVI A PENSAR NOS LEITORES DO FUTURO:


«A HORA DO LOBO»...

Custa apenas 15 Euros. Envio-o via CTT.
Portes já incluídos. E autografado.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

CRÍTICA DO PEPE


CRÍTICA DO PEPE

Antes de mais, Josefina, Parabéns.
Acabei de ler "A Hora do Lobo", prometi-lhe uma crítica sincera, aqui está ela:
Há grandes livros que cabem numa frase da sua narrativa, o seu não cabe de todo numa frase, é um manancial de ideias e de ideais, de sentimentos, de imagens, de poesia, enfim, de vida.
Para mim qualquer livro é uma viagem, cedo dei a mão ao Oskar Kapriolo, palmilhei com ele os trilhos ora terríficos ora deslumbrantes dos seus "delírios", fui espectador atento dos seus discursos, aos quais não poupei aplausos, fui também testemunha dos seus magníficos encontros com o Lobo. Deu-me um gosto imenso participar na sua visita ao jardim zoológico e na sua viagem pelo deserto com o inseparável Eliasário.
A dicotomia Homo Parvus - Homo Sapiens é sublime.
Também eu sou um nefelibata, por causa disso e pela forma inteligente como explanou o percurso do Oskar, foi um prazer enorme viajar na companhia das suas palavras, obrigado Josefina.
Fico a aguardar expectante a continuação da viagem,

Um abraço,
José António Martins (Pepe da Néte)


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

CRÍTICA À «HORA DO LOBO»


Bom dia, Josefina. Acabei, aqui na pacatez de Penacova, de ler a sua «Hora do Lobo». Pedia-me as minhas impressões.

Primeira impressão:
Gostei, a sua escrita é muito forte, empolgante, densa, com uma seleção de palavras riquíssima. As suas adjectivações, duplas, triplas, são surpreendentes e certeiras. Aparecem de repente comparações e metáforas muito interessantes. As suas descrições de ambientes, os jardins, os desertos, até os vazios são muito sugestivos, realistas e cativantes.

Segunda impressão:
O seu retrato do mundo é terrível, por vezes tristíssimo, por vezes muito cínico, sempre crítico. Um pouco maniqueista. O domínio do Homoparvus sobre a Humanidade é aterrador. Mas de certo modo estou de acordo.

Terceira impressão, a mais importante e difícil de transmitir:
Oskar Kapriolo, a sua fábula (eu diria Alegoria, talvez), a sua mundividência e o seu dilema perante o arbusto-do-lobo. Confesso que não compreendi muito bem a opção final dele. Mas depreendo que a escritora o fez de propósito para deixar a narrativa aberta e a decisão como que passar para a consciência do próprio leitor, não será?
Gostei muito do livro.

António Manuel Castanheira

***
António, agradeço a amabilidade que teve ao enviar-me as suas impressões, pois são sempre importantíssimas para a evolução de um autor.

«A Hora do Lobo» é um livro de intervenção social, um livro para agitar as consciências adormecidas, como tal, e devido ao caos em que se encontra o mundo, pretendi acentuar o lado negro, comum aos povos dominados pelo Homoparvus, e também pelo mesmo motivo, deixei o final da narrativa aberto à decisão dos leitores. Cada um terá a sua própria ideia.

Afinal, qual teria sido a decisão de Oskar? Será exactamente aquela que o leitor teria, se estivesse no lugar da personagem. É essa interactividade que proponho.

Obrigada, António.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

À HORA EM QUE OS PÁSSAROS ADORMECEM...



O Sol era o mesmo. O jardim era o mesmo. O roseiral era o mesmo. Farinelo continuava igual a si mesmo. Apenas Oskar já não era o mesmo, tal como aquela camélia branca, que sendo semelhante a todas as outras que já ali floresceram, era uma outra camélia. Oskar acabava de regressar de uma vivência que nem sequer tinha a certeza se fora real. Depositado num jarro de cristal, com água a cobrir-lhe a haste, tão viçoso como na primeira vez em que o viu na posse do Lobo Cinzento, o arbusto-do-lobo lá estava, em cima da mesa de pedra, situada numa das extremidades do jardim, junto da adega, que emanava um aroma de frutos secos: ameixas, pêssegos, uvas…

A presença desta outra rosa, no jardim de Matilde, era a prova de que algo, na verdade, acontecera. Mas o quê? Oskar precisava, urgentemente, de decifrar aquele enigma, de outro modo, enlouqueceria. Teria sido um sonho? Os sonhos são fantasias, reflexos do imaginário. Nos sonhos não se colhem flores verdadeiras. Não, não poderia ter sido um sonho. Na verdade, Oskar partira para algures, à hora em que os pássaros adormecem, numa certa tarde. E numa outra tarde, também à hora do entardecer, regressou desse mundo estranho, possivelmente imaginário, provavelmente real...

Excerto d’ «A Hora do Lobo» © Josefina Maller

(O arbusto-do-lobo, também conhecido por rosa-albardeira, desempenha um papel importante na saga de Oskar Kapriolo, cujo futuro depende do que ele fizer com esta belíssima flor).

«A HORA DO LOBO»



Hoje fui surpreendida na rua por uma Professora que leu «A Hora do Lobo» e veio dar-me um abraço, e dizer-me que gostou muito do livro, pela filosofia de vida que nele encontrou. E depois perguntou-me: o Oskar Kapriolo é a Josefina? Limitei-me a sorrir. Mas fiquei muito feliz por aquela leitora ter captado a mensagem do Lobo. Não, não sou filósofa. Mas o Lobo é.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

À ATENÇÃO DOS LEITORES DO GALATEA...


Impõe-se que faça a seguinte ADVERTÊNCIA.

Quem NÃO DEVE ADQUIRIR o meu livro «A HORA DO LOBO»:

- Quem gosta da chamada “literatura light”

- Quem gosta de romances de “água com açúcar”

- Quem gosta da vulgaridade

-Quem não gosta de reflectir

-Quem não gosta de uma escrita escorreita

- Quem não gosta da ousadia

«A HORA DO LOBO» é um livro que reflecte as coisas do Mundo, do Homem, da Humanidade, do Planeta, do Futuro...

Um livro que incomoda. Um livro atrevido. Desassossegado. Intencionalmente provocante. Um desafio às mentes adormecidas. Pontilhado de casos reais, como a pungente carta que transcrevo, do monge cisterciense angolano, com quem me correspondia, no tempo da guerra civil...

«A HORA DO LOBO» não é um livro comum. Desafia a mediocridade.

Por isso, aqui deixo esta ADVERTÊNCIA, para que, quem o comprar, não o compre ao engano...

É a advertência que faço cá fora, no mundo real, onde o livro está a ter grande saída...

A sua aquisição pode ser feita através do e-mail: josefina.maller@gmail.com