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sexta-feira, 15 de julho de 2011
DA INUTILIDADE DA GUERRA...
(...) as guerras são impostas ao mundo por vontade apenas dos poderosos. E nessas guerras, o soldado abre fogo contra um inimigo anónimo e sem rosto.
Por que haveria eu de combater e matar outros jovens, em nome de uma tal demência? Inimigos são os desgovernantes entre si, que se odeiam uns aos outros, pela disputa de territórios, de poderes e de riquezas. E é em nome desse ódio que exigem aos filhos da nação que lutem nos campos de guerra, e entreguem à morte as suas carnes jovens, a sua dignidade e a sua auréola de seres humanos.
Enquanto isso, eles, os mandantes, escondem-se, covardemente, nos seus bunkers. Na melhor das hipóteses, porque melhor é a morte do que viver estropiado, os filhos da nação morrem. Quanto aos instigadores dessas guerras, esses, saem vivos dos seus buracos, para cantarem vitórias ou chorarem derrotas. O que quase vai dar ao mesmo!
O que lhes importa é estarem vivos e ilesos. Depois, com o intuito de aplacarem a dor das mulheres a quem são devolvidos os filhos mortos ou estropiados, erguem memoriais hipócritas aos que tombam em nome dos ideais idiotas que estão por detrás de todas as guerras, e dirigem-lhes discursos patrióticos, vazios e inúteis.
Oskar Kapriolo in «A Hora do Lobo» © Josefina Maller
terça-feira, 3 de agosto de 2010
O MENINO...
Eu vi o menino nascer à beira do rio...
Eu vi o menino crescer nos becos da vida
Eu vi o menino ser abandonado na rua
Eu vi o menino sofrer ao ver a mãe caída no chão
Eu vi o menino nascer à beira do rio...
Eu vi o menino ser explorado
Eu vi o menino ser violado
Eu vi o menino esfomeado
Eu vi o menino a roubar pra comer
Eu vi o menino nascer à beira do rio...
Eu vi o menino na guerra
Eu vi o menino caído entre os escombros
Eu vi o menino ferido
Eu vi o menino a comer lixo
Eu vi o menino a beber água ao lado de um cão
Eu vi o menino nascer à beira do rio...
Eu vi o menino a definhar
Eu vi o menino a agonizar
Eu vi o menino a dirigir-se para o rio
Eu vi o menino morrer à beira do rio...
Eu vi o menino a ser devorado pelos abutres...
Eu vi...
O filme chamava-se “O Menino”...
O menino sem nome era o menino que eu vi nascer à beira do rio...
O menino que eu vi morrer à beira do mesmo rio...
Um menino que veio ao mundo, no nosso mundo...
Eu vi...
E agora que vi, sinto-me culpada: eu não estava lá...
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
A FLOR CAÍDA...
As flores do meu jardim murcharam
As águas dos rios secaram
Os pássaros emudeceram
Os raios do Sol recuaram
As trevas cobriram a Terra...
Algures começava uma guerra, e o ódio e a fome dominaram aquela parte do mundo, ocultando a vida debaixo de um fosso profundo...
E uma criança chorou, fugiu, gritou...
E por fim, na terra fria tombou, de morte ferida...
Ao olhar para aquela flor caída,
abominei a abominável criatura que a fez tombar...
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