Por vezes, a preguiça do Sol cobria a planície de brumas e silêncio. Porém,
Rajid, que despertava todas as manhãs com o lamento de um melro, o qual fazia ninho entre os ramos de uma bela acácia, partia para a sua habitual digressão, apesar da penumbra.
Uma brisa delicada embalava as flores e as ervas da planície, ainda meio adormecida, e
Rajid trotava com cuidado, não fosse despertá-las.
Porém, quase sempre, aquele silêncio era bruscamente interrompido pelo alvoroço do bater de asas e do cantar de um bando de pássaros azuis que vinha saudar a manhã.
A eles juntava-se o burburinho das águas, a sinfonia da folhagem e o relincho terno de
Rajid. O Sol fazia dissipar então as brumas que o envolviam e descobria-se, radiante, enchendo de uma luz radiosa a paisagem.
A Natureza despertava do seu sono nocturno e tudo à sua volta se transformava, como que por magia.
Eram assim as madrugadas de
Rajid, o cavalo selvagem.
in «
História de um Cavalo Selvagem» © Josefina Maller (a aguardar publicação)
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