Depois de um jantar comemorativo de algo que não importa dizer, para o qual fui convidada, cheguei a casa bastante perturbada. Demasiado absorta. Alheada das coisas terrenas. Emudecida. Mais tarde, já recolhida, no silêncio do meu canto, partilhei com o meu Diário as emoções daquela noite.
...
20 de Maio de 1991
Subitamente os meus olhos encontraram outros olhos, que me olharam com uma estranha expressão, uma tão singular expressão que senti estar diante de algo transcendente e inexplicável.
Eram os teus olhos, meu amigo.
Durante todo aquele jantar, o teu olhar procurou o meu olhar, furtivamente. De vez em quando, dissimuladamente, esses teus olhos grandes e escuros, profundamente tristes, fixavam-me, e foi precisamente num desses momentos que senti estar a ser gravemente ferida. Era como se uma flecha rasgasse o meu peito, alojando-se, bem fundo, no coração. Senti então uma dor estranha, e uma inquietação e um rebuliço inexplicáveis...
À saída, novamente o teu olhar penetrante se cravou no meu olhar, e eu não consegui (embora tivesse tentado) desviar os meus olhos dos teus olhos, mesmo enquanto trocava palavras com outros convidados.
Algo de estranho se passou. Algo lancinante me feriu. E eu não mais fui a mesma, desde então.
in «
ERA O MÊS DE MAIO...» (Ainda por publicar)
Houve um click... chegou o AMOR?... Oxalá.
ResponderEliminarBom domingo, Josefina
ALuz A Sombra
Hummm... uma entrada no outro universo?
ResponderEliminarVai desvanecer, mas leva tempo.
Meus caros amigos A Luz A sombra e efe, obrigada pela vossa visita. Não houve nem um clik nem uma entrada em outro universo. Esqueci-me simplesmente de referir que este texto faz parte de um pequeno romance que escrevi, e aguarda publicação. Apenas isso. Mas vou referenciar, para não haver equívocos.
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