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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

QUEM SOU EU...









Cidadã do mundo, de Josefina Maller basta saber que nasceu num dia de Inverno, ao fim de uma tarde de Janeiro, numa Europa em plena efervescência.

A infância e a adolescência foram passadas entre dois continentes – Europa e América do Sul – pontuadas pelo romantismo e proezas de viagens a bordo de grandes navios, vivenciando peripécias exóticas, aqui e ali, o que nela desenvolveram um espírito aventureiro, desassossegado, insatisfeito…

Não criando raízes em lugar nenhum, pois nunca se fixou mais do que cinco anos seguidos nas cidades por onde vagueou, em todas elas foi cultivando amizades e curtas experiências de vida no mundo das artes.

Começou pela música. O seu sonho maior era o de ser maestrina, e, para tal, frequentou, durante um ano, as aulas de um maestro sul-americano. Porém, o sonho foi interrompido por uma viagem e, circunstâncias várias, obrigaram-na a renunciar a ele. Optou depois, pelo ballet clássico, sendo uma “bailarina” do género funny girl, devido ao seu desajeitado jeito para a expressão corporal. Durou pouco, esta fantasia, e acabou por esquecer definitivamente a dança.

Mais adiante, embora já cultivasse o gosto pela escrita, tendo começado, aos quinze anos, a escrever short stories, em Língua Inglesa, para o jornal de parede da Escola que frequentava, não foi alheia a outras artes. Havia a música, e foi então que fez uma curtíssima carreira de pianista, como entertainer, a bordo de um dos navios em que viajou, ao lado de um pianista argentino, especialista em tangos. E, temporariamente, esqueceu a escrita.

Algum tempo mais tarde, insatisfeita com estas actividades, entrou para uma Escola de Artes Plásticas, onde se dedicou ao Abstracto: a arte do tudo, a arte do nada. O gosto pelo traço nunca a abandonaria.

Entretanto, ia a era hippie quase no fim, regressa à música, e decide aprender a tocar guitarra clássica, apenas para acompanhar a sua própria voz, nas baladas da moda, e, enfeitando-se de flores, adoptou a filosofia de vida “peace and love”, baseada numa liberdade sem drogas, sem libertinagem, e começou a cantar na rua, apenas por gosto (nunca por dinheiro), em festas particulares e num bar selecto, frequentado apenas por estudantes e professores universitários. Concluído o curso universitário, acabou-se igualmente a breve carreira de cantora hippie.

Depois, veio a realidade: o trabalho numa escola pública, durante dois anos. Não satisfeita, com horários e campainhas, enveredou novamente pela escrita, desta vez, jornalística, e pela arte fotográfica. Alguns anos durou essa carreira, de escrita e de fotógrafa, como freelancer, em vários jornais. Recebeu alguns prémios. Mas o seu maior prémio foi o de ter conseguido apanhar a vida em andamento…

Entretanto, o passado passou, e actualmente… bem, actualmente continua a escrever porque essa, enfim, é a sua verdadeira vocação.

2 comentários:

  1. Então, atrevo-me a dar-lhe as boas vindas e a desejar sucesso. O título do blogue remeteu-me para a magnífica pintura de Rafael, mas vejo que a fonte de inspiração foi outra, ou terá sido a mesma, mas indirectamente.
    Prometo que virei cá espreitar os voos e as prosas errantes, mas não como gnomo, antes como fauno... (risos).

    Saúde.

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  2. Obrigada, Francisco, pela visita. Cá o espero, como fauno, então.

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