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terça-feira, 26 de abril de 2011

O CHARCO...

O dia esmorecia.
O fim de tarde chegou chuvoso. Na vala comum, onde se sepultavam os indigentes, havia ficado um homem, que não coube na sepultura da família, guardada por um anjo de pedra, que sorria levemente, e onde já estavam os seus pais e os pais dos seus pais. Contudo, era demasiado pequena para o seu corpo grande.

Nada correu bem, naquele funeral. À dor da partida, juntou-se a dor de ver ficar um ente querido num lugar que não lhe pertencia.
Saímos do cemitério com lágrimas que se confundiam com os pingos da chuva que caía...

“Rain and tears are the same...» Cantei baixinho…
Do lado de fora do cemitério, formaram-se poças de água.

Numa delas, reflectiam-se os ramos de uma árvore sem folhas.
Era Inverno. Chovia.

Decidi aprisionar para sempre, nas águas do charco, aqueles ramos tristes, em memória daquele que por ser um homem grande, não coube na sepultura que devia ser a sua.
© Josefina Maller

segunda-feira, 18 de abril de 2011

À ATENÇÃO DOS LEITORES DO GALATEA...


Impõe-se que faça a seguinte ADVERTÊNCIA.

Quem NÃO DEVE ADQUIRIR o meu livro «A HORA DO LOBO»:

- Quem gosta da chamada “literatura light”

- Quem gosta de romances de “água com açúcar”

- Quem gosta da vulgaridade

-Quem não gosta de reflectir

-Quem não gosta de uma escrita escorreita

- Quem não gosta da ousadia

«A HORA DO LOBO» é um livro que reflecte as coisas do Mundo, do Homem, da Humanidade, do Planeta, do Futuro...

Um livro que incomoda. Um livro atrevido. Desassossegado. Intencionalmente provocante. Um desafio às mentes adormecidas. Pontilhado de casos reais, como a pungente carta que transcrevo, do monge cisterciense angolano, com quem me correspondia, no tempo da guerra civil...

«A HORA DO LOBO» não é um livro comum. Desafia a mediocridade.

Por isso, aqui deixo esta ADVERTÊNCIA, para que, quem o comprar, não o compre ao engano...

É a advertência que faço cá fora, no mundo real, onde o livro está a ter grande saída...

A sua aquisição pode ser feita através do e-mail: josefina.maller@gmail.com


quinta-feira, 14 de abril de 2011

SOMENTE DO OUTRO LADO DO CAMINHO...


A morte nada é.

Eu apenas estou do outro lado.

Eu sou eu, tu és tu.

Aquilo que éramos um para o outro
Continuamos a ser.

Chama-me como sempre me chamaste.
Fala-me como sempre me falaste.

Não mudes o tom da tua voz,
Nem faças um ar solene ou triste.

Continua a rir daquilo que juntos nos fazia rir.
Brinca, sorri, pensa em mim,

Reza por mim.
Que o meu nome seja pronunciado em casa

Como sempre foi;
Sem qualquer ênfase,

Sem qualquer sombra.

A vida significa o que sempre significou.
Ela é aquilo que sempre foi.

O “fio” não foi cortado.
Porque é que eu, estando longe do teu olhar,

Estaria longe do teu pensamento?
Espero-te, não estou muito longe,

Somente do outro lado do caminho.
Como vês, tudo está bem.

(Henry Scott Holland)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

CHEGOU FINALMENTE «A HORA DO LOBO»...

Meus amigos, aqui está o primeiro livro publicado por Josefina Maller.

Foram essencialmente os meus amigos que me incentivaram a entrar nesta aventura (porque, garanto-vos, é uma verdadeira aventura).

O livro está à disposição dos leitores a partir deste momento. A edição é limitada, e não estará à venda em nenhum lugar público.
Quem pretender adquiri-lo, por favor, pode contactar-me através do e-mail: josefina.maller@gmail.com

Enviá-lo-ei via CTT,  mediante a transferência de 15,00 Euros (portes pagos) para o meu NIB (uma operação simples, que pode fazer-se em qualquer Caixa Multibanco).

Agradeço, desde já, a todos os meus amigos, que quiserem dar-me a honra de serem os meus primeiros leitores.

SÚMULA
As deambulações de Oskar Kapriolo por um mundo mais desordem do que ordem, ou o delírio de um nefelibata e os seus discursos impróprios, seguidos de caos...

Eis o mote do livro, que integra 16 capítulos intercalados com os“Andamentos” (ou seriam delírios?) ditados por Oskar à narradora desta história, onde a realidade se disfarça e aparentemente se transforma em ficção.

«A Hora do Lobo» começa com «Um amor que nasceu das rosas...», onde se fala do romance de Oskar e Matilde, o motor que move os passos da principal personagem.

Segue-se «Era então o mundo um lugar de desencanto...», no tempo de todos os tempos. Infinito. Imutável. Inexorável... Era então o caos. O sublime caos.

 «No coração das coisas...» há sempre a esperança de vermos brotar a flor da rosa, diz Oskar e a narradora aproveita para explicar o motivo que a levou a escrever a saga de Oskar Kapriolo.

 No capítulo «Um artista é alguém que incomoda, forçosamente»... o que se julgava ser apenas uma relação de amizade, revelou-se aquele amor que havia nascido das rosas...

 «Com a fé de um monge e a paixão de um enamorado...» é o capítulo onde se define o homem, para que possamos abranger o sentido dos seus actos e dos acontecimentos que deram origem a esta narrativa.

 De seguida, em «Porque não era eu o bandido, obviamente...» Oskar responde à pergunta «sabes porque nunca fui condenado?»...

«Farinello e Maria Kallas...» é o capítulo dedicado à história do galo e da galinha, animais de estimação de Oskar.

 «É proibido pensar! Disseram...» é um capítulo onde se fala do decreto governamental que diz: o pensador é um potencial criminoso...

Em «O Desejo do Sol»... partindo de uns versos de Júlia de Sá Nogueira, fala-se do roseiral de Matilde, onde Oskar sentiu os céus rasgarem-se num esgar de fúria e ouviu um rugido medonho que ecoou por todo o Universo, dando início à revolta dos elementos que transformou a vida dele para sempre...

Vem depois «Em busca do amanhecer quanta gente morreu encostada a um muro...» quando Oskar profere o primeiro dos seus discursos impróprios...

Em «Ouvindo as vozes que traz o vento...» Oskar e Matilde saíram, para passear no campo, onde pequenas flores espreitavam da terra, já preparada para as próximas plantações. E, de mãos dadas, partilharam o sopro cálido do vento…

«Venham, sigam-me até ao paraíso das sombras...» Neste capítulo Oskar afirma que o que é preciso é agitar as consciências. Irritá-las. Atordoá-las. Provocá-las. Causticá-las...

O capítulo seguinte «No tempo em que Allah andava desgostoso com os homens...» conta a digressão de Oskar pelo deserto, acompanhado do camelo Eliasário, e da sua bagagem romântica... Ali Oskar aprendeu todos os segredos dos desertos e o valor de uma amizade...

«Um tal monstro, assim deformado, como podia ver, ouvir e falar as coisas certas?...» trata da requintada operação-extermínio, ao som do Requiem de Mozart...

Em «Um por todos e todos por uma Humanidade mais humana...» Oskar diz algo assim: Porque ser-se humano e civilizadoimplica ser-se lúcido e atender ao chamamento da palavra, não ao apelo do canhão...

Por fim em «Viagem pelo interior do abismo...» está todo o segredo e o mistério da Hora do Lobo, quando o Lobo diz: «Oskar Kapriolo, agora que já viste o poder da luz e experimentas o vazio da escuridão mais profunda, é chegado o momento de alumiares os teus sentidos e regressares ao teu mundo, porém, lembra-te, Oskar Kapriolo, daqui em diante, o teu destino dependerá do destino que deres ao arbusto-do-lobo...».
Que destino foi esse? Será o leitor a decidir...