(...) as guerras são impostas ao mundo por vontade apenas dos poderosos. E nessas guerras, o soldado abre fogo contra um inimigo anónimo e sem rosto.
Por que haveria eu de combater e matar outros jovens, em nome de uma tal demência? Inimigos são os desgovernantes entre si, que se odeiam uns aos outros, pela disputa de territórios, de poderes e de riquezas. E é em nome desse ódio que exigem aos filhos da nação que lutem nos campos de guerra, e entreguem à morte as suas carnes jovens, a sua dignidade e a sua auréola de seres humanos.
Enquanto isso, eles, os mandantes, escondem-se, covardemente, nos seus bunkers. Na melhor das hipóteses, porque melhor é a morte do que viver estropiado, os filhos da nação morrem. Quanto aos instigadores dessas guerras, esses, saem vivos dos seus buracos, para cantarem vitórias ou chorarem derrotas. O que quase vai dar ao mesmo!
O que lhes importa é estarem vivos e ilesos. Depois, com o intuito de aplacarem a dor das mulheres a quem são devolvidos os filhos mortos ou estropiados, erguem memoriais hipócritas aos que tombam em nome dos ideais idiotas que estão por detrás de todas as guerras, e dirigem-lhes discursos patrióticos, vazios e inúteis.
Galatea e Triton é o nome de uma belíssima aguarela de Doris Mauser (uma brilhante artista plástica) e que adoptei para designar este Blog, tão-só porque o meu limite é o infinito, o mundo dos mitos, o mundo das luas, dos sóis, das galáxias...
Sou Nefelibata por natureza, por isso cavalgo numa nuvem e vagueio no espaço...
Este será um lugar de voos, prosas errantes, tudo e nada ao mesmo tempo. Um espaço onde soprarão os ventos, e as águas galgarão as margens para atingir o outro lado, aquele que se esconde debaixo das folhas mortas das árvores...
Gnomos andarão à solta por aqui... e eu serei o pirilampo que brilhará nas trevas...
Lindo texto. Qual o nome da sublime música?
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