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sábado, 15 de outubro de 2011

MADRUGADAS...


Por vezes, a preguiça do Sol cobria a planície de brumas e silêncio. Mas Rajid, que despertava, todas as manhãs, com o lamento de um melro, o qual fazia ninho entre os ramos de uma bela acácia, partia para a sua habitual digressão, apesar da penumbra.

Uma brisa delicada embalava as flores e as ervas da planície, ainda meio adormecida, e Rajid trotava com cuidado, não fosse despertá-las.

Porém, quase sempre, aquele silêncio era bruscamente interrompido pelo alvoroço do bater de asas e do cantar de um bando de pássaros azuis que vinha saudar a manhã.

A eles juntava-se o burburinho das águas, a sinfonia da folhagem e o relincho terno de Rajid. O Sol fazia dissipar, então, as brumas que o envolviam e descobria-se, fulgurante, enchendo de uma luz radiosa a paisagem.

A Natureza despertava do seu sono nocturno e tudo à sua volta se transformava, como que por magia.

Assim eram as madrugadas de Rajid...


in «História de um Cavalo Selvagem» © Josefina Maller (por publicar)

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