— Oskar Kapriolo… – Uma voz, que me pareceu familiar,
interrompeu-me os pensamentos.
Era o Lobo. Só podia ser o Lobo que me entregara a
flor escarlate, no deserto, quem pronunciava, assim, o meu nome. A voz do Lobo
foi o que mais me impressionou. Uma voz quente, afável, cadenciada, grave e
profunda, que agitava os tímpanos da alma, mais do que os do corpo. Ainda mal
refeito da mudança da paisagem árida para aquele exuberante mundo verde, e tão
lesto quanto a minha condição me permitia, segui na direcção daquela voz
sedutora, que não era humana e, no entanto, tão humana! E vi-me, então, diante
do Lobo.
in «A HORA DO LOBO» © Josefina Maller
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