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terça-feira, 22 de maio de 2012

O LOBO...


— Oskar Kapriolo… – Uma voz, que me pareceu familiar, interrompeu-me os pensamentos.
Era o Lobo. Só podia ser o Lobo que me entregara a flor escarlate, no deserto, quem pronunciava, assim, o meu nome. A voz do Lobo foi o que mais me impressionou. Uma voz quente, afável, cadenciada, grave e profunda, que agitava os tímpanos da alma, mais do que os do corpo. Ainda mal refeito da mudança da paisagem árida para aquele exuberante mundo verde, e tão lesto quanto a minha condição me permitia, segui na direcção daquela voz sedutora, que não era humana e, no entanto, tão humana! E vi-me, então, diante do Lobo.

in «A HORA DO LOBO» © Josefina Maller

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