Prémio Nobel
da Literatura em 1975, Eugenio Montale (Itália, 1896-1981) escreveu, segundo
António Cabrita, este que é um dos mais lúcidos e terríveis poemas do século
XX, e que passo a transcrever:
Vejo um pássaro imóvel na goteira,
pode parecer um pombo mas é mais esguio
e tem um vago tufo na cabeça ou talvez
seja o vento,
quem poderá sabê-lo, as janelas estão
fechadas.
Se tu o vês, quando te acordam
os motores dos barcos, isto é tudo
quanto
nos é dado saber sobre a felicidade.
Tem um preço demasiado alto, não é para
nós e quem a tem
não sabe o que fazer com ela.
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