Um animal dito humano e um animal não humano têm de comum as mesmas necessidades: comer, beber, dormir, acasalar.
Diante do inevitável, homem, porco, rato do campo e pé de couve perecem como todas as coisas que são perecíveis. Já dizia um outro Zaratustra do mundo que somos a acumulação do que fomos antes, e seremos a acumulação do que hoje somos mais o que já fomos, e assim sucessivamente, para, no final, nos transformarmos todos em matéria putrefacta.
Resta-nos o espírito. E o espírito, esse sim, tem de ser imortal, de outro modo, a vida não faria qualquer sentido. Daí ser lógico cultivar mais o ser do que o ter. O ser é do espírito, é da imortalidade... O ter é da carcaça, é do efémero…
Oskar Kapriolo in «A Hora do Lobo»
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