Árvore, cujo
pomo, belo e brando,
natureza de
leite e sangue pinta,
onde a
pureza, de vergonha tinta,
está
virgíneas faces imitando;
Nunca da ira
e do vento, que arrancando
os troncos
vão, o teu injúria sinta;
nem por
malícia de ar te seja extinta
a cor, que
está teu fruito debuxando.
Que pois me
emprestas doce e idóneo abrigo
a meu
contentamento, e favoreces
com teu suave
cheiro minha glória,
Se não te
celebrar como mereces,
cantando-te,
sequer farei contigo
doce, nos
casos tristes, a memória.
Luís Vaz de Camões
Foto © JOSEFINA MALLER
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