Falemos, então, da morte: para que serve?
Não sei, mas julgo que virá quando
nada mais houver a dizer, e for tempo
de um último café e ir embora.
Será
o fim de tudo? Espero que não:
gosto de viajar, sabem? Sou curioso,
tal como os hominídeos, atrai-me
saber o que fica para lá do poente.
E
depois, não consigo acreditar no fim
das coisas: a luz nos teus olhos, amiga,
é demasiado bela para uma só vida.
Nenhum sol vem para iluminar um só dia.
Gonçalo
B. de Sousa
5-4-2005