Pintura: "A tecedeira de Barcas"
- Maria João Brito de Sousa
Tecedeira;
(aquela que vive)
- Remador da Barca eterna,
Líquidas mãos de cristal,
Dá-me contas desta espera,
Diz-me quem sou, afinal,
Na tua Barca- Encantada,
Dele voltaste imaculado
Em forma de água salgada…
( “quem vive”, aguarda na areia,
fitando os olhos de sal
de um mar cuja voz se estreia
na condição de imortal)
Remador;
(a Vida/barca)
- Mulher que teces as barcas
Onde havemos de embarcar,
Venho de antigas fronteiras
Antes das ondas do mar,
Onde ficavas sentada
Sonhando as mãos que engendraram
A mesma Barca- Encantada…
Nota – Poema ligeiramente modificado, face ao
manuscrito original.
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